quarta-feira, 31 de outubro de 2007

TPC 3 (28.10.2007) – Tarefas de Gestão

Uma organização é um sistema vivo e mutável, onde a função da gestão será interpretar esse sistema de forma a mantê-lo coeso e em evolução constante, no sentido da concretização dos objectivos delineados.
A gestão é ambígua, aplica-se a tudo e a todos, pois certamente em todos nós podemos identificar um gestor. Em meados do século XX, a gestão deixou de estar apenas associada à organização administrativa e financeira das empresas, deu-se inicio à era da gestão especializada, ou seja, direccionada para uma determinada função organizacional ou uma actividade económica, passou-se a falar de gestão de pessoal, gestão comportamental, gestão estratégica, gestão desportiva, gestão de carreiras, gestão ambiental, a gestão hospitalar, gestão industrial, e mais um sem nº de possibilidades associadas.
O próprio ensino especializou-se, temos cursos, licenciaturas e mestrados em Gestão + xxxxxx, como se se tratasse de universos completamente distintos, quando a base é a mesma em qualquer que seja a especialidade associada à gestão.
É evidente que ao especializar-se, a gestão passou a focalizar-se num determinado nível de funções ou competências, como por exemplo a gestão estratégica focaliza-se mais mas actividades associadas ao nível estratégico da empresa, ou então em termos de competências podemos exemplificar com a gestão de Recursos Humanos e a Gestão Industrial. Todavia existem directrizes da gestão que devem estar sempre presentes da mente de qualquer gestor, independentemente da sua posição dentro da organização, ou da sua especialização, a saber:
· O objectivo da gestão é transformar os objectivos em resultados
· O conhecimento do negócio é vital para o desempenho de qualquer actividade de gestão.
· O gestor deve ter perfeita consciência do seu papel dentro da organização, e quais as actividades que lhe estão adstritas.
· A gestão é exercer um poder dentro da organização, de modo a impulsionar todo o sistema na direcção e com um sentido definido para concretização da missão e dos objectivos.
· A gestão implica desempenhar dentro de uma organização actividades como organizar, direccionar, comunicar, controlar, liderar e prever, ou até operacionalizar.
· A gestão envolve a criação/ identificação de modelos organizacionais dentro do sistema corporativo, necessários ao funcionamento da organização. E para a definição dos modelos conta-se com a identificação de níveis, funções, hierarquias, processos e procedimentos.
Nesta sequência, vamos agora definir a solução base da gestão, que posteriormente deverá ser adaptada aos diversos universos e contextos organizacionais. Em linha encontramos as 4 funções em que desagregamos as actividades de gestão e em coluna os três níveis de actuação.




A figura acima exemplifica em termos de actuação a intensidade que cada uma das funções da gestão impõe ao nível da sua actuação dentro da organização.
É visível que a função organização apresenta um papel de igual importância em toda a hierarquia de níveis de actuação, isto porque as tarefas desempenhadas em cada nível são de igual importância e intensidade. Assim sendo, a organização consiste em estabelecer relações formais entre as pessoas, e entre estas e os recursos, para atingir os objectivos propostos.
Quanto ao planeamento, podemos defini-lo como o processo de determinar antecipadamente o que deve ser feito e como fazê-lo. Deste modo, pode-se afirmar que as actividades associadas ao nível estratégico da organização têm uma relevância maior, pois será a este nível que são delineadas as directrizes de actuação dos níveis inferiores.
A actividade de controlo tem um comportamento oposto ao planeamento, já que é ao nível operacional que o controlo actua, recolhendo indicadores de âmbito operacional, úteis para avaliar o comportamento do negócio, e sempre que necessário exercer as devidas medidas reparadoras. Ao nível táctico e estratégico a actividade de controlo pode-se resumir à análise de relatórios, dashboard’s ou balance scorecard. Então o controlo trata de comparar o actual desempenho da organização com standards previamente estabelecidos, apontando eventuais acções correctivas.
Por último referimo-nos à actividade de direcção, entendida como o processo de determinar, isto é afectar, ou influenciar o comportamento dos outros. Deste modo, dadas as características intrínsecas da função direcção, e tendo por base a estrutura funcional em forma de pirâmide, a mais tradicional nas organizações, conduz a que estas actividades se intensifiquem à medida que descemos na pirâmide e aumente o numero de pessoas e áreas funcionais, ou seja o âmbito de actuação.


Fernanda Romão, João Guerreiro e Paulo Batista

1 comentário:

Zézinha_Trig disse...

Muito bem , gostei mesmo.